segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Caminho, Pedra, Pensamento


        imagem do google
 
Caminho, Pedra, Pensamento
(lucelena maia)

 

Passo

Apressada

terra "pisada"

pedras
 
pesadas

Atropelando

caminho

 

Piso

Nas grandes

Chuto

As pequenas 

 

Passo

Lento

terra "pesada"

pedras
 
pisadas

Atropelando

Caminho

 

Piso

Nas pequenas

Recolho

As Grandes

 

Passo

e
 
Piso

Chuto

e
 
Sinto
 
 
 

Pedras

Atropelando

Pensamento...

 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Com a alma seca


    (imagem do google)
 
Com a alma seca

Na secura da inspiração tenho vivido
Há mais tempo do que tu, amigo poeta
A sofrer de fome, diante de tanta dieta
Porque versos não me são servidos
 
Já penso em procurar a um doutor
Que diagnostique o que há comigo
Em não havendo cura, saiba meu amigo
Deitar-me-ei no horizonte do labor...
 
Na seca imagem poética viverei
Como de seca alma vive um fora-da-lei
Assaltando versos de outros poetas
 
Para enxergar no pôr do sol alheio
A inspiração que não me vem do seio
Mas embala-me de forma discreta.
(lucelena maia)

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Das crianças... hoje é dia


imagem do google

Crianças são como bolhas de sabão
"leves e cheias de brilho"
lindas também elas são
porque felizes, carregam consigo
a ingenuidade
e a renovação da bondade.

Feliz Dia das Crianças
12/10/2012



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O velho e o mar

 
Ernest Hemingway
 
(logo nas primeiras linhas deste clássico senti vontade de, mais do que lê-lo, resumir a história do humilde velho que pescava sozinho em seu barco. Espero ter conseguido passar a essência de Santiago nas minhas linhas)
Lucelena Maia

 
Noventa e cinco páginas de uma narrativa direta, com frases curtas e diálogos secos.

 
Ernest Hemingway anuncia em O velho e o mar a história de Santiago, um pescador cubano em fim de linha.  Foi escrito em 1952 e lhe rendeu o Prêmio Pulitzer. Em 1954, o Nobel da Literatura.

 
Dia após dia, Santiago sai com seu barco e volta de mãos vazias. Um velho humilde, magro e seco, com as mãos cobertas de cicatrizes. A princípio levara em sua companhia para pescar um garoto para auxiliá-lo, mas com o passar do tempo e sem que pescasse peixe algum, porque os pais do garoto acharam que ele se tornara um azarento, puseram o filho Manolin  para trabalhar em outro barco.
 
 
Mas, o garoto tinha afeição forte pelo velho pescador e o ajudava a carregar os rolos de linha, o gancho e o arpão quando regressava com a embarcação vazia. Talvez porque o velho ensinara o garoto a pescar e por isso ele o adorava.
 
 
Todo final de tarde os dois encontravam-se, carinhosos e confiantes um com o outro, em diálogo de respeito e admiração. Também de ajuda. O garoto arranjava-lhe iscas, comida e café. O velho examinava o garoto com seus olhos queimados pelo sol. O garoto gostaria de tornar a sair com o velho, mas Santiago economizava palavras dizendo-lhe não, que ele agora estava num barco de sorte.
 
 
A noite chegava e precisavam descansar para a próxima manhã, quando o velho iria acordá-lo, bem cedo, em sua casa.
 
 
O garoto ajudava Santiago a carregar os rolos de linhas, arpão e o gancho para o barco, em seguida tomavam café, depois cada um deslizava sua embarcação para a água, mas não antes de o garoto desejar a Santiago sorte. – Boa sorte, meu velho!  Boa sorte, ele devolvia.
 
 
Ainda na escuridão o velho seguia e, à medida que remava, pensava no mar com querer bem.
 
 
Nesse dia, o sol levantou-se do mar e o velho Santiago enxergou os outros barcos, lá mais para a terra. Depois o sol começou a tornar-se mais forte, as águas começaram a brilhar mais. Agora os barcos estavam muito longe.
 
 
Decidiu aventurar-se mais longe ainda, nas águas da corrente do Golfo.
 
 
Entre observar os movimentos das varas penduradas fora do barco, viu uma andorinha-do-mar, com suas enormes asas pretas. Pôs-se a remar lenta em direção ao ponto onde ela estava pairando. Um grande cardume de dourados. Os meus peixes grandes devem estar ai por perto, falou em voz alta. Adquirira o hábito de falar em voz alta quando estava sozinho, mas não sabia dizer desde quando.
 
 
A linha da popa deu um esticão e ele largou os remos. Trouxe o peixe para dentro do barco. Albacora, da família dos atuns, de pelo menos três quilos. Esse peixe lhe serviria de refeição.
 
 
Já não podia ver o verde da costa. O mar estava muito escuro  e a luz formava prismas na água.
 
 
No momento em que examinava as linhas viu uma das varas verdes dobrar-se violentamente.
 
 
Começava então uma extraordinária batalha entre o homem e o animal. Que o melhor e o mais corajoso vença, pensou o velho marinheiro, tamanha a força do peixe.
 
 
O peixe também é meu amigo – disse ele em voz alta. Nunca vi ou ouvi falar de um peixe desse tamanho. Mas eu tenho de matá-lo.
 
 
“Se o garoto estivesse aqui, podia molhar os rolos de linha”, pensou. “Se o garoto estivesse aqui. Sim, se o garoto estivesse aqui”.
 
 
O sol estava nascendo pela terceira vez desde que se fizera ao mar quando o peixe começou a  nadar em círculos. Sentia sono, sede, cansaço pelo enorme esforço que fazia. Sentira-se também, por duas vezes, estonteado e fraco.
 
 
“Nunca estive assim tão cansado em toda a minha vida”, pensou o velho.
 
 
“Trabalhe agora você, meu peixe. Eu trabalho depois”.
 
 
O peixe ia no seu terceiro circulo quando o velho o viu aparecer à tona d´água. Quase não podia acreditar no seu comprimento. “Não é possível que tenha esse tamanho todo”.
 
 
Santiago estava transpirando muito, mas não era só por causa do sol. Em cada uma das lentas voltas que o peixe dava, o velho ganhava linha e poderia ter a oportunidade de usar o arpão.
 
 
Mas nada era fácil, mais uma vez, entre muitas, o peixe tornou a retomar o equilíbrio e afastou-se.
 
 
- Peixe! – gritou-lhe o velho – Peixe, de qualquer modo você tem de morrer. Acha que precisa matar-me também?
 
 
Pôs toda a sua alma no puxão e na agonia do peixe, que veio para junto do barco. Erguendo o arpão tão alto quanto lhe era possível, cravou-o para baixo com toda força. Conseguiu espetar o peixe de lado. O peixe parecia flutuar no ar, por cima do velho. Em seguida caiu na água.
 
 
“Agora preciso preparar os laços e a corda para prendê-lo ao barco, pensou. Tenho de preparar tudo, encostá-lo ao barco, prendê-lo bem, fixar o mastro e tomar a direção para a costa”. As mãos muito machucadas, em carne viva, não o preocupavam. “Curam-se depressa com o sal da água”
 
 
Não precisava de uma bússola para lhe indicar o sudoeste. Só precisava sentir os ventos alísios e o enfunar da vela.
 
 
A embarcação navegava bastante bem. Bebeu a metade de água que lhe restava e comeu os camarões abrigados em um molho das algas amarelas do golfo que o arpão enganchara. Tentava manter-se lúcido.
 
 
Já havia decorrido uma hora quando apareceu o primeiro tubarão. Viera das profundezas porque o sangue do peixe se espalhara pelo mar. “Fora bom demais para durar” pensou o velho. “Não posso impedi-lo de nos atacar, mas talvez possa cravar o arpão na cabeça do tubarão”. Assim ele fez. O tubarão permaneceu imóvel à tona d´água e o velho fixava-o com o olhar. Abocanhou uns quinze quilos de carne. Exclamou Santiago. Mas matei o tubarão que mordeu o meu peixe.
 
 
Um homem pode ser destruído, mas nunca derrotado.
 
 
Algumas outras vezes vieram os tubarões. Ele matou a todos, mas, a cada nova investida deles perdia as ferramentas que usava para livrar-se daqueles famintos Galanos.  Não tinha ele nenhuma outra palavra que melhor exprimisse os seus sentimentos nesta situação, por isso falava em espanhol.  Ficara sem o arpão, a faca que prendera ao remo, também o remo e muito da carne do peixe.
 
 
“Era um peixe que poderia ter alimentado um homem durante todo o inverno”, pensou o velho. Gostaria que tudo isso tivesse sido um sonho. “Já devo estar bastante perto”. “Que pode você fazer agora, se eles atacarem durante a noite? Lute! Lute até morrer. Mas o que é que um homem pode fazer contra eles no escuro e sem armas?”

Vieram todos juntos e o velho só conseguia distinguir as barbatanas na água. Lançava e tornava a lançar o cajado com desespero e depois sentiu alguma coisa agarrar no cajado e levá-lo para o mar. Mas agora os tubarões atacavam o peixe todo da popa à proa. Durante a noite alguns tubarões atacaram a carcaça, mas afastaram-se ao verificar que já não lhes restava nenhuma carne.  
 
 
“Eu nunca tinha sido derrotado e não sabia como era fácil. E o que me venceu? Nada. Fui longe demais”. Não havia ninguém para ajuda-lo e por isso foi com dificuldade que arrastou o barco para terra, deixando-o a meio da praia, sem conseguir leva-lo mais longe. Foi então que conheceu como era profundo o seu cansaço.
 
 
Dormia ainda quando, pela manhã, o garoto espreitou pela porta. O garoto viu que o velho respirava. Saiu para a rua para buscar café. Durante todo o caminho não parou de chorar.
 
 
Muitos dos pescadores da aldeia estavam em volta da embarcação do velho. Um deles mediu o esqueleto com um pedaço de linha.
 
 
Manolin levou a cafeteira para a cabana de Santiago e sentou-se ao lado da cama, até ele acordar. 
 
 
- Venceram-me, Manolin – falou a custo. - Venceram-me de verdade.

 
- Ele não o venceu. O peixe, não.

 
- Não. Você tem razão. Foi depois.
 
 
Quando saiu para a rua e a caminho da aldeia, o garoto começou a chorar.
 
 
Lá em cima, na cabana, o velho estava dormindo de novo, com o rosto escondido no monte de jornais que lhe servia de almofada.
 
 
 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Vistam-se, formosas manhãs

 


Vistam-se, formosas manhãs

Primavera é a estação do desabrochar das flores.

Nesta época do ano são tantas as opções de flores a embelezarem e a trazerem harmonia, como um “feng shui floral” puxando a energia negativa e alegrando o ambiente, que o aroma adocicado da estação ocasiona a mais bela visão cotidiana brindando-nos com praças floridas, árvores bem verdes, pássaros cantadores beijando o ar azul e casas com vistosos quintais  como se vivêssemos num mundo imaginário, onde tudo são flores...

As noites frias ficaram para trás, as roupas joviais tomaram lugar dos cachecóis, botas e casacos, os gestos reservados do inverno surgem descontraídos no clima primaveril.

Embarcamos definitivamente na estação a 23 de setembro e nela seguimos até 21 de dezembro.

As manhãs ensolaradas da Primavera aceitam a temperatura quente, logo cedo. Pensa-se em praia com facilidade. O sol, imponente, desfila como rei, até o crepúsculo, de tirar o fôlego, deixando em seu rastro céu estrelado e a lua, linda, em todas as fases, para deleite dos casais, porque Primavera é tempo de colheita de amores. Tempo de colheita de flores. Tempo de obtê-las às mãos e saber ofertá-las. As fortes chuvas marcam a estação. Bravias, elas chegam muitas vezes como tempestades para dizer do descaso do homem pela natureza.

Escreveu Cecília Meireles, “ A Primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la...”

Eu fico pensando, para muitos, os dias são sempre iguais, as estações as mesmas, o corre-corre  rotina, o carro velho um bem inseparável, o traçado da cidade cartilha, a pressa inimiga declarada,  as férias ilusão de trabalhador.

 Há lugares em que jamais crescerão flores na Primavera, há pessoas que não conseguirão enxergá-la porque o mundo lhes desabou sobre a cabeça, a casa foi destruída, falta alimento no lar, alguém querido morreu, uma tragédia  deixou a vida em preto e branco.

Ainda assim, será Primavera.

Eu sou poeta e poetas enxergam com os olhos da alma, cruzam em silêncio o leito da estrada e escrevem com reservas o que observam.

Nesta Primavera, em especial, sou quase passarinho a sobrevoar o jardim da vida, livre, aventureiro, adocicando com meus versos os lugares por onde passo.

Você pode fazer o mesmo, deixe-se invadir pela florada da estação e se entregue a adocicar os lugares por onde passa; as pessoas com quem convive; os momentos de solidão e o instante solitário.

A Primavera está a um passo de nossos olhos, basta-nos observá-la pela janela. 
set/2012

domingo, 2 de setembro de 2012

Versos de outrora

imagem do google
 
Versos de Outrora
lucelena maia
 
.....O anel que tu me deste
era vidro e se quebrou,
o amor que tu me tinhas
era pouco e se acabou...
 
Pequenos versos, declamados quando criança,
Não doíam, eu brincava de passar aliança...
O tempo se foi, os versos ficaram esquecidos,
Mas o local onde os coloquei um dia foi remexido.
 
Alguém abriu o baú, e os versos se espalharam...
Do meu âmago, um som ecoou abafado;
Era a fase adulta falando ao meu ouvido,
Em rimas que se me cravavam o sentido.
 
Dos meus olhos verteram lárimas, em poesia,
A alegria de outrora, agora adulta, doía
Ao recordar o verso que, na infância, declamei.
 
Brinquei com a realidade e não a conhecia...
Guarei os versos no baú, por eles não padecia.
Ao vivenciá-los, sem inocência, chorei!
 
 
 
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Cotidiano









Cotidiano
lucelena maia

 
São seis da manhã,
Um galo que canta
Encanta as horas
Hora da preguiça
De cobrir o corpo
De bem cochilar
De não despertar
 
O galo insiste
As horas se vão
Noutra direção
Abrir o chuveiro
Para eu acordar
Co´a água corrente

Levanto da cama
Dispo-me do pijama
Escovo os dentes
O banho está quente
Expulso a moleza

Apressada, estou
Qualquer roupa vale
Coloco sapato
E, bolsa ao ombro.
 
Café está pronto
Pão na torradeira
Manteiga no pão...
 
Volto pro espelho
De novo os dentes
Depois o batom...
 
Na mão, guarda-chuva
Celular ao ouvido
Penso em promoção
Melhor não pensar.
 
Adentro o carro
Ligo o  notebook
Depois o motor
Engato a primeira
Bendigo as notícias
 
Observo a rua
Sem me observar
E dou marcha ré
Para estacionar...
No trabalho estou
O dia nem começou

Eu já quero parar....

 

 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O passado se refaz




O passado se refaz


Sexta-feira, 06 de abril de 2012.

Não uma sexta-feira qualquer. Sexta-feira Santa. A igreja católica celebra e contempla a paixão e morte de Cristo, com Liturgia da Palavra, pretendendo mais uma vez introduzir os fiéis no mistério do sofrimento e da morte de Jesus, salvador de toda a humanidade. Aconselha-os a fazerem algum tipo de penitência, como jejum e a abstinência de carne e qualquer ato que se refira ao prazer.

Infringir a si próprio com o castigo de em pleno feriado estar na Avenida Paulista, centro
nervoso de São Paulo, poderia ser exemplo de penitência, mas como se remir de alguma culpa diante da capital fantasma, merecidamente assim descrita, por seu minguado trânsito e pelas poucas pessoas nas ruas, neste dia?

Sem compromisso de trabalho, o turismo torna-se uma das melhores opções na riquíssima cidade cultural em feriados prolongados, porque dela esvaziam-se moradores e trabalhadores.

Ainda assim, arriscar o passeio por meio do metro parece, ao primeiro golpe de vista, loucura, entretanto não se proposital a intenção de andar a pé ou de transporte público na cidade paradoxo, onde, diariamente, milhões de brasileiros sofrem de estresse até chegarem ao seu destino.

Dessa forma, ir de metro da Consolação à Estação da Luz, visitar o Museu da Língua Portuguesa, na cidade com a maior população de falantes do português no mundo, e apreciar a Estação da
Luz - patrimônio histórico do Século XIX - pode ser para qualquer pessoa uma ótima escolha, com no máximo dez minutos despendidos de um ponto ao outro entre as plataformas subterrâneas.

Entrecortar o interior da Estação da Luz com olhos entusiastas pelos anos 70 também pode a quem por ali passe ressalvar um tempo sem globalização e modernismo, em que trens chegavam e partiam numa frequência muito maior que hoje, para cidades que na atualidade já não recebem
esse comboio de carros sobre trilhos, porque a malha ferroviária deixou de ser utilizada quando deu lugar às rodovias e aos aeroportos. Na verdade, o tráfego de passageiros de longa distância terminou em 1997 e a estação passou a ser apenas para os trens metropolitanos da CPTM.

O adulto de hoje, criança há quarenta anos, poderá ver-se de mãos dadas com seus pais, a observar deles a outra mão vazia a segurar uma mala marrom pela alça, sem imaginar que um dia viria a ter rodinhas para ser puxada e que seria até mesmo colorida.

Com olhos de outrora, o adulto poderá observar os trilhos da plataforma – reformados no ano de 2004, quando a estação foi restaurada, também na arquitetura - e viajar no tempo por infinitas horas, vendo-se dentro do trem.

A Estação da Luz, patrimônio histórico da cidade de São Paulo, já o é há muito das pessoas que se utilizavam dela.

Por isso, passear no Museu da Língua Portuguesa e, dependendo de onde venha essa pessoa, atravessar toda a estação por dentro, será como ganhar um momento único com o passado a resgatar um pedaço da vida, guardado nas malas da infância.

Siga em frente, diz a placa.

Chegando ao museu, paga-se um valor quase simbólico e torna-se visitante, convidado a seguir para os elevadores de acesso. Eles são também espaços expositivos, que permitem uma visão total da escultura “Árvore de Palavras”, criada por Rafic Farah. Além de, no interior deles, se ouvir uma espécie de mantra, composto por Arnaldo Antunes, que repete as palavras “língua” e “palavra” em vários idiomas.

Seguindo para o segundo andar, descobrem-se painéis que mostram um pouco da história do edifício-sede da Estação da Luz e os trabalhos de restauro; a Linha do Tempo com recursos interativos onde o visitante pode conhecer melhor a história da Língua Portuguesa; o Beco das
Palavras, com jogo etimológico, que permite ao visitante brincar com a criação das palavras, conhecendo suas origens e significados, entre outras curiosidades do andar.

No auditório, no terceiro andar, um filme de dez minutos sobre as origens da Língua Portuguesa falada no Brasil é projetado para a plateia. Na Praça da Língua, espécie de “planetário da língua”
composto por imagens projetadas e áudio; palavras, frases e poemas são oferecidos de forma lúdica. Impossível ficar ali sem se jogar de alma nesse mundo mágico. A curadoria da Praça é de José Miguel Wisnik e Arthur Nestrovski.

O primeiro andar, ainda vazio, promete a partir de 16 de abril uma exposição temporária sobre o escritor baiano Jorge Amado.

O relógio, pontualmente às 18h, informa que o Museu será fechado. Dele pode-se sair um pouco mais culto; da Estação, nostálgico.

Retornar para casa acontece da mesma forma como se remeteu ao destino, como nos filmes de antigamente, em que para voltar a fita, ao final, bastava apertar um botão e observar todo o filme retroceder ao seu início.

Finalizando o passeio, já em horário do jantar, opta-se por restaurante japonês. Afinal é Sexta-Feira da Paixão. Mas comida japonesa não é sacrifício para quem aprecia peixe cru! Assim como, a Estação da Luz não é abstinência só porque se parou de viajar de trem!

A noite da Sexta-Feira da Paixão será de total silêncio; o Sábado de Aleluia, festivo como sempre e, o Domingo de Páscoa, com troca de ovos de chocolate.

Lucelena Maia
São João da Boa Vista/SP
12 de abril de 2012

terça-feira, 27 de março de 2012

Dia do Circo


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Dia do Circo
lucelena maia

Respeitável público!

O circo chegou na cidade
para alegrar a toda gente
chegou trazendo felicidade
desejando ver o povo contente


Tem
palhaço e equilibrista
acrobata e contorcionista
mágico e trapezista
picadeiro sem animais
atrações imperdíveis e mais...


Hoje tem marmelada?
Tem sim senhor...

Tem apresentação da cultura popular
com performances inteligentes
espetáculos bem diferentes
fazendo o circo perpetuar...


Senhoras e senhores...

Apresentamos
Instituição fomentadora do riso
que é a arte da intelectualidade
e
para fazerem rir de verdade
os homens do circo,
improvisam...

27/03/2012
SJBoa Vista/SP

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher


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"(...)Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas.
Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente
e nos fazer beber o fel da dúvida.

(...)Transforme-se em fera sem
perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais
perfeita de toda a criação inumerável.

Vinicius de Moraes
trechos de "Receita de Mulher"